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segunda-feira, 21 de maio de 2012

“Rio Branco é a nossa Capital. Vamos conseguir fazer um bom trabalho



Professor de Matemática do Ensino Médio, o tucano Tião Bocalom, 59 anos, nasceu em Bela Vista do Paraíso (PR), mas se mudou para o Acre com a família há 26 anos. Inicialmente fixou residência em Acrelândia, município que administrou por três mandatos.
Não nega que já tenha integrado a Coligação Frente Popular do Acre, liderada pelo PT, de quem acabou se tornando o principal adversário político. Sua densidade eleitoral foi demonstrada na última disputa pelo Governo do Estado, quando alcançou 49,4% dos votos, dando um susto na FPA.
Elegeu como principal meta de campanha “o ser humano”. E promete não fugir dos graves problemas que enfrenta a Capital do Acre, caso seja eleito prefeito nas eleições desse ano. Bocalom fechou a rodada de entrevistas promovida pela TV GAZETA, dentro do programa Gazeta Entrevista, conduzido pelo apresentador Alan Rick.

Confira a entrevista a seguir

SER PREFEITO
Ser experiente é a vida que nos ensina. Nunca vi um pastor liderar uma grande igreja sem antes passar por uma menor. O mesmo acontece com o diretor de uma grande empresa. A vida nos dá essa experiência. Fui prefeito de Acrelândia, uma cidade pequena, e me senti muito bem. Quero mostrar aqui em Rio Branco como é que a gente trabalha com transparência: quando a gente pega pouco dinheiro que a prefeitura tem e o transforma em muitos benefícios para comunidade. Esse é o projeto que nós defendemos para Rio Branco. Para acabar com essa bandalheira, com essa conversa que dinheiro não dá, que dinheiro sempre é pouco. Não! O dinheiro dá. Se você gastar bem, não fizer maracutaia, não formar panelinha, você vai conseguir beneficiar a população como um todo. Rio Branco é a nossa Capital. Tenho certeza que vamos realizar um grande trabalho, principalmente focado no ser humano.

SAÚDE MELHOR
Veja só, temos realmente algumas prioridades. A saúde, por exemplo. Quando se faz pesquisa para saber quais as prioridades, o que a comunidade mais quer hoje é saúde. Por incrível que pareça! Isso porque a saúde está ruim, tanto a municipal como a estadual. Ali no Segundo Distrito, região onde tivemos uma grande alagação, alguns postos de saúde estão fechados. Isso é uma vergonha! É preciso funcionar tanto a saúde que o município é responsável, como os postos de saúde e os centros de saúde de referência, para depois não congestionar os hospitais e o Pronto Socorro. Se a pessoa vai ao posto de saúde e não é atendida, na hora que a coisa aperta um pouco mais, ela vai para o Pronto Socorro. E assim acontece com a nossa saúde. Realmente, muito complicado. Essa é uma área que devemos dar uma atenção especial, porque é da vida das pessoas que estamos tratando.

TRANSPORTE COLETIVO
Desde 2008, já discutia essa questão. Sofri algumas gozações porque andava de ônibus. Andei de ônibus, sim. Beleza! Ótimo! Porque quero saber como é que se anda de ônibus; de que jeito estão esses veículos; o que o povo passa; se é possível reduzir o valor da passagem. Estivemos em Curitiba, referência mundial, com 25 milhões de passageiros por mês. O sistema inclui ainda outros 13 municípios, que fazem parte da integração. O valor da tarifa é de R$ 2,69. Quem mora a 60 Km do centro vem para o centro por esse preço. Quando você olha para o Ceará, lá por Fortaleza passa R$ 2,10. Agora, dá para comparar com Rio Branco? Temos tudo levantado. Vamos conversar como os técnicos, para, junto com eles, começar a escrever um projeto novo para Rio Branco. Não é justo quem mora no Tucumã, por exemplo, ter que vir ao centro para depois ir para a faculdade. Nossa intenção é implantar pequenos terminais. São as chamadas Estações de Transbordo, onde a pessoa não tem que pagar outra passagem. Em Curitiba é assim.

EDUCAÇÃO BÁSICA
Tem uma equipe técnica levantando os números para nós. Sabemos que nem no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) a gente conseguiu atingir a média nacional. Tenho viajado todo o município e tenho visto escola caindo, escola que só tem uma parede. Sabemos que em Rio Branco existem 24.800 crianças precisando de creches, quando só existem 10 creches na cidade. Eu construiria muitas creches, não vou dizer o número, mas construiria em parceria com as igrejas, com entidades sociais que já têm um trabalho nessa área. Meu primeiro ato como prefeito de Acrelândia foi inaugurar uma creche pra mostrar o compromisso com as crianças. Acrelândia é o único município do Estado que tem 100% dos ramais, com transporte escolar gratuito. Outra coisa que queremos implantar são as escolas de tempo integral, principalmente nos bairros pobres.

ADMINISTRANDO GASTOS
Eu já trabalhei sem recurso em prefeitura pequenininha. Como todo mundo diz, como todo mundo sabe, que prefeitura pequena é um desespero, não tem recurso para nada, e nós conseguimos trabalhar. Eu só digo uma coisa: o que você precisa fazer é gastar bem o dinheiro público. Se você gasta bem o dinheiro público, pode ter certeza, o dinheiro rende. Em 2008, quando fui candidato a prefeito também aqui da Capital, não sei se a população deve lembrar disso, quando denunciei que por uma paradazinha daquelas de duas dúzias de tábuas e uma dúzia de pernamanca estavam cobrando R$ 17 mil, eu tinha feito casa em Acrelândia a R$ 10 mil. Então, é uma pouca vergonha! Eu tinha feito em Acrelândia ruas calçadas de tijolo, com calçamento lateral também mais meio fio, tudo a R$ 110 mil o quilômetro, em parceria com o governo do Estado. Sabe quanto era aqui em Rio Branco? R$ 800 mil. Então, se a gente reduzir o preço das obras, acabar com essa, me desculpe, mas para mim, uma tremenda sacanagem, uma quantidade enorme de prédios alugados pela prefeitura, uma quantidade enorme de carros alugados, é só começar a cortar isso, o dinheiro dá.

ENXUGANDO A MÁQUINA
Com certeza não só o enxugamento da máquina pública é necessário, mas também nos cargos comissionados, porque a gente não precisa de tantos cargos comissionados. A gente precisa é valorizar mais quem trabalha, aqueles que são funcionários efetivos da prefeitura, porque nós passamos pela prefeitura, mas os funcionários permanecem. Então, nós precisamos valorizar ao máximo as pratas da casa.

BUSCANDO RECURSOS
Graças a Deus, através da Associação dos Municípios do Acre, a gente sempre conseguiu liberar uma quantia de recursos grande. O governo federal tem muito dinheiro lá, agora o que você precisa é levar projeto bem feito, projetos que realmente cheguem em Brasília e eles vejam: primeiro, que não são projetos superfaturados. Segundo, que vai realmente beneficiar a comunidade. Aí as portas de abrem. Aqui no Estado do Acre, em 2005/2006, quando eu disse que ia construir uma rodoviária em Acrelândia, um distrito industrial, o próprio governador Jorge Viana, que é do PT, me chamou para fazer parceria. Então, quando você tem bons projetos todo mundo ajuda. Não adianta porque todo mundo ajuda.

CANDIDATURAS DE OPOSIÇÃO
A oposição existe. É a democracia. E não tem reizinho que chega e impõe o nome de alguém aqui, não. Aqui todo mundo discute e todo mundo quer colocar o nome, de forma natural, numa boa. Se a gente tiver mais de uma candidatura na Capital, pra mim não tem problema. Se der segundo turno, sem problema nenhum. E com relação aos projetos pode ter certeza que não temos projetos mirabolantes, projeto que nós temos porque já executamos em tamanho pequeno lá no município que fui prefeito. Pode ter certeza que a gente vai trabalhar bem. Se Deus quiser.

ESPORTE E LAZER
O que a gente vê é que hoje essa política de esportes aqui em Rio Branco é muito deficitária. Vamos trabalhar nessa área de esporte de forma muito forte com os jovens, com os idosos. A gente precisa cuidar pouco mais da terceira idade. Vai dar tranquilamente para fazermos essa junção de locais exclusivos para se trabalhar com os idosos e jovens nos centros de convivência. Nós queremos ver os professores de educação física e os desportistas todo mundo sentado numa mesa de reunião e discutir o que deve ser mantido e o que precisa ser mudado.

INVASÕES DE TERRA
Vão ser combatidas. Porque nós vamos desapropriar áreas para entregar para o povo poder construir. Vamos acabar com essa história de invasão de qualquer jeito. Pode continuar acontecendo alguma invasão? Pode. Até se diz aqui que tem a indústria da invasão, aqueles que invadem para depois vender. Então, se a gente trabalhar de forma bem transparente, falando com a população, orientando pode ter certeza que isso vai diminuir muito. Quem sabe a gente até acabe com isso.

TRÂNSITO DA CAPITAL
Não tenha dúvida de que o trânsito de Rio Branco está cada dia ficando pior. Isso ocorre em função de um transporte coletivo de péssima qualidade. Se a gente implantar um transporte coletivo bem melhor do que o que está aí, pode ter certeza que muita gente vai deixar o carro e vai trabalhar de ônibus. Existe excesso de semáforos. Precisamos fazer com que as avenidas Ceará e Getúlio Vargas se tornem mais rápidas. Como se faz isso? Exatamente sincronizando os semáforos. Além disso, fazendo alguns viadutos. Teremos uma equipe cuidando disso.

VERBAS FEDERAIS
Não é bicho de sete cabeças buscar recurso em Brasília. Eu fui prefeito três vezes e então eu sei os caminhos. Mas eu quero dizer que nós temos o Senador Petecão, o deputado Flaviano Melo, Antonia Lúcia, Gladson Cameli, que são quatro parlamentares de oposição. Mas que também são da base do governo em Brasília. Temos o problema do nosso deputado Márcio Bittar, o mais bem votado do PSDB do Brasil. Evidentemente que as emendas dele sofrerão alguma restrição em Brasília, por ser de oposição ao governo federal, mas eu tenho certeza, a gente vai apresentar bons projetos, de forma inteligente, e o governo vai liberar. Vamos voltar um pouco atrás, o FHC, na época que o Jorge Viana governou o Acre, foi o que mais mandou dinheiro para o Estado. Mandou mais que o Lula em quatro anos.

RELAÇÃO COM O GOVERNO
A relação institucional eu vou continuar fazendo, afinal, se o povo me der oportunidade de ser o prefeito, serei o prefeito dos riobranquenses e ele, o governador do Estado do Acre. Então, automaticamente, também do povo de Rio Branco. Então, nós precisamos estabelecer regras e parcerias para que a gente possa atender bem à população. Da minha parte, estarei sempre pronto para trabalhar sempre junto. Agora, se não quiserem, nós vamos trabalhar com o que a gente tem. Pode ter certeza que não vamos fazer feio, não.

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