Em 1854 o grande Chefe dos Suquamish, mais conhecido por "Chefe Seattle", escreveu uma carta ao grande Chefe Branco de Washington, quando este quis comprar as suas terras (dois milhões de acres por 150.000 dólares americanos) e expulsar as tribos indígenas para 'Reservas' longe dos lugares que sempre amaram e respeitaram. A carta escrita por um Pele Vermelha, foi a mais bela Declaração sobre o meio ambiente e deveria ser sempre lida e relembrada em todas as Cimeiras do "Comércio e da Globalização" do século actual. Dela refiro apenas o mais importante, porquanto o grande Chefe dizia no século dezanove ao então Presidente dos E.U.A. , Franklin Pierce, o seguinte:
"Como você pode comprar ou vender o céu, ou o calor da terra? Essa idéia para nós é estranha. Se não somos donos da frescura do ar nem do brilho da água, como você pode comprá-los? Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo. Cada pinha e mata dos pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e até o zumbido de cada insecto é sagrado para a memória e para o passado do meu povo. A Seiva que circula nas veias das árvores leva consigo a memória dos Peles Vermelhas...
Somos parte da Terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família...
A água cristalina que corre nos rios e ribeiros não é somente água: representa também o sangue dos nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, devem recordar-se que ela é sagrada e, ao mesmo tempo, ensinar aos vossos filhos que a devem respeitar e que cada reflexo nas claras águas dos lagos conta os acontecimentos e memórias das vidas das nossas gentes. Os rios são nossos irmãos e saciam a nossa sede são portadores das nossas canoas e alimentam os nossos filhos...
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de vida... A terra não é sua irmã , mas sim sua inimiga, e uma vez conquistada ele segue o seu caminho... Trata a sua Mãe, a Terra, e o seu irmão, o Firmamento, como objectos que se compram, se exploram e se vendem como ovelhas ou mercadoria. O seu apetite devorará a terra deixando atrás de si só o deserto...
Isto sabemos: A terra não pertence ao homem; o homem pertence á terra. Isto sabemos! Tudo está ligado, como o sangue que une uma família. Tudo está ligado! Tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos dos homens. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus muitos fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio. Nem mesmo o homem branco, cujo Deus passeia e fala com ele de amigo para amigo, fica isento do destino comum... Por fim talvez sejamos todos irmãos! Veremos isso.
Sabemos uma coisa que talvez o homem branco descubra um dia: O NOSSO DEUS É O MESMO DEUS. Vocês podem pensar que Ele vos pertence, do mesmo modo como desejam que as nossas terras vos pertençam; porém não é assim. Ele é o Deus dos homens e a Sua compaixão reparte-se por igual entre o Pele Vermelha e o Homem Branco. Esta terra tem um valor inestimável para Ele, e, se a estragamos, isso provocaria a ira do Criador.
Também os Brancos acabarão um dia, talvez antes que as demais tribos... Contaminem os vossos leitos e uma noite morrerão afogados nos vossos próprios resíduos. Contudo, vocês caminharão para a vossa destruição, rodeados de tanta glória..."
- Um dia Chefe Seattle todos os homens (brancos, amarelos, mestiços, vermelhos, etc.) reconhecerão que tu, um Selvagem, afinal tinhas razão. Tarde será talvez quando tivermos da tua mensagem uma verdadeira compreensão? Até lá, só espero que os pássaros continuem a cantar, que os peixes continuem a nadar, e as Florestas do Planeta continuem a renovar-nos o ar. De nada servirá o explendor do Progresso da nossa Civilização, se fizermos deste Mundo uma rocha flutuante no Espaço carregada de lixo e Poluição. Que Deus (o teu, o meu, o nosso) não permita que isso aconteça, e faça urgentemente aqui a sua própria Intervenção!
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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