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segunda-feira, 1 de março de 2010

PRECISAMOS DE SEGURANÇA








Há uma intranquilidade no ar. Um sentimento presente. Uma revolta embrulhada pela comoção e pela dúvida. O que está acontecendo em nossa cidade? A pouco tempo atrás vivemos uma instabilidade na segurança pública. Assaltos, sequestros e crimes hediondos ocorrendo em Rio Branco. Uma breve pausa, ainda que com cenas horríveis incluindo agressões sexuais a menores de idade e desova de corpos em bairros sem pistas dos assassinos.
Agora em uma semana, três civis são atingidos por oficiais de polícia, antes mesmo que pudéssemos esquecer uma tragédia ocorrida na Vila do "V" em Porto Acre com um membro da PM. Não bastasse o terror psicológico da dengue e da gripe que já atinge um grande contingente da capital, estamos frente e frente com a irresponsabilidade de quem deveria nos ofertar a segurança como cidadãos que buscam o direito pela "paz social" que a séculos foi prometida pelos homens que construíram o "Estado Moderno" com a "Revolução Francesa" . Para onde ir, a quem vamos pedir refúgio e socorro? Por ora, sei apenas que preciso de segurança. Quanto aos episódios cotidianos me alio à opnião da professora Fátima Almeida:

QUERO VER A FOTO DOS ASSASSINOS
Fátima Almeida
Se existe uma coisa que me incomoda muito é o fato de que, todas as vezes que policiais atiram e matam civis "por engano", somente as vítimas e seus familiares são expostos pela mídia.
A moça que foi assassinada em Rio Branco com um tiro de fuzil pelas costas, por um policial que estava dando apoio a uma blitz no trânsito, foi fotografada já sem vida estirada no asfalto.As fotos do corpo dela no caixão também foram expostas ao público, de bom tamanho, até nos jornais impressos.
O desespero da mãe e do namorado pelos canais de televisão. Mas ninguém viu até agora as fotografias dos homicidas.Uma coisa em que acredito piamente é no poder da execração pública. As fotografias dos policiais homicidas deveriam aparecer na mídia ao lado do corpo da moça estirado no asfalto.Por que não? Por que são protegidos? Por temor às represálias, a si mesmos e aos seus familiares? Esse temor deve ser um princípio ou uma condição para que não atirem em civis desarmados.
Uma blitz de rotina não é um cerco a assaltantes e traficantes. A finalidade de uma blitz é a arrecadação em primeiro lugar. Só em segundo ou terceiro lugares existe mesmo essa idéia de zelar pela segurança pública. A execração pública é uma arma poderosa, capaz, por si mesma, de inibir esse tipo de atitude. Mas esse corporativismo com o qual os militares protegem a sua imagem é prejudicial para todos.
Ouvi diversas pessoas exprimirem sempre a mesma opinião: "não vai acontecer nada com eles”. O próprio comandante da Polícia Militar disse durante entrevista coletiva que “é muito cedo” para se falar nisso, na possibilidade de que os assassinos sejam expulsos. Os policiais assassinos deveriam ter sido despidos da farda imediatamente, por absoluta falta de respeito e compromisso com a sua corporação, pela ameaça que constituem para os civis.
Homens com autorização para usar armas de fogo devem ter mais autocontrole que os homens aos quais não é permitido usar armas. Se não são capazes de controlar os ímpetos e o desejo insano de atirar em alguém que façam o favor de procurarem outra profissão.
Todos nós entendemos que a fuga do rapaz da moto decorreu do pânico em ser autuado porque usava chinelos, e, em especial, ter que pagar uma multa. As multas de trânsito não constituem moleza nem fazem distinção quanto ao nível de renda.
Melhor mostrar as imagens dos homicidas e desse modo limpar a imagem da corporação, mostrar punição com rigor para restabelecer a confiança da população nos policias militares. Caso contrário vamos ficar a esperar outro fato como esse.
É muita covardia da Polícia Militar atirar pelas costas em pessoas das quais não existem dúvidas que são pobres. As estatísticas bem poderiam apresentar dados sobre os casos de moças que perdem a vida por estarem nas garupas de seus namorados e amigos, sempre por acidentes, por falta de temeridade ou excesso de confiança nos seus parceiros.
Mas receber um tiro de fuzil nas costas, que lhe arrebentou o coração, é algo que não poderia ter acontecido nunca com aquela moça, atingida pelo policial mantido com verba do erário, que também financiou a própria bala do fuzil.
Eu, cidadã, quero ver também as fotos dos policiais que nesta mesma semana atiraram e espancaram o inocente jovem universitário. Quero ver as fotos dos policiais militares que atiraram e assassinaram a moça que estava na garupa da moto do namorado que tentou escapar da blitz. Nós precisamos saber tudo, até mesmo se está havendo alguma conspiração para afetar a imagem e colocar em dúvida a competência da atual Secretária de Segurança, que está tentando fazer o melhor possível.

Fátima Almeida é historiadora

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